« Cause I want you, and I feel you, crawling underneath my skin, like a hunger, like a burning, to find the place I've never been, now I'm broken, and I'm fading »

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A esperança está dentro de todos nós


E ali cheguei eu, como caída do céu, ou quer dizer, eu tinha chegado ao céu. Não sei bem que lugar era aquele, estava a meio de uma operação e acordo naquele paraíso. Havia cores indescritíveis, e havia duas fortes luzes como estrelas a iluminar todo aquele sítio. Olhei para as minhas mãos e reparei que todas aquelas rugas tinham desaparecido e voltara a ter a minha pele de há vinte anos atrás, lisa e bonita. Outra coisa nas costas me nascia, umas pequenas penas saíam das minhas costas e aos poucos aumentavam, mas o que era aquilo ? Asas ? Eu tinha asas ? Estava atormentada, o meu coração quase explodia, não sabia explicar o que estava a sentir naquele momento, só queria que tudo acabasse. Até que um rosto que retratava a paz e uma daquelas fortes luzes, saía daquele santificado corpo. Era o filho do Criador, nem podia acreditar que ele veio ao meu encontro. Com umas doces e ternas palavras, ele acalmou-me. Levou-me a ver como se encontrava a minha família. No hospital, os meus dois filhos choravam ao colo da minha mãe, o meu pai também encharcado de lágrimas parecia necessitar ainda mais do apoio da minha mãe do que propriamente os meus filhos. Já o meu marido, estava desesperado com pensamentos constantes sobre o que poderia se estar a passar naquela sala de operações. Via que ele estava num profundo sofrimento e só poderia ser aliviado quando pudesse ouvir a minha voz pronunciar que tudo tinha acabado. Agora aquelas imagens tinham me entristecido. Eu não podia voltar para junto da minha família ? Não os podia apoiar mais na sua vida ? Essas questões estavam-me aterrorizar. Até que o meu salvador, com o seu terno rosto, me disse: ''Não vos preocupeis. Acalmai-vos e esperai pelo que irá ocorrer. Ainda nem à um minuto aqui estais. '' Então, mas eu já estava ali há horas e ainda nem um minuto tinha passado. Tudo aquilo era estranho, deparei-me com pessoas que já não pertenciam ao outro mundo. Será que eu já fazia parte daquele novo mundo ? Estava à espera de respostas. Até que me levaram ao Criador, achei que estava a ter imensa sorte e não conseguia acreditar. O Criador era um ser inexplicável, mas tão poderoso e transmitia uma enorme paz de alma. Não sou, de facto, daquelas pessoas que se dedicam a rezar todos os dias, apesar que não há dia algum em que não fale com o meu Deus, mesmo pelas simples expressões que tanto nós utilizamos: ''oh meu deus, a expressão muitas vezes ouvida''. Ali estive eu, uma eternidade, até que Ele me disse qual era a missão que eu teria de fazer. E assim, eu ouvi-o e aceitei. 
A minha missão limitava-se a puxar pela imaginação e escrever um texto, onde pudesse divulgar a toda a gente que depois da morte, há sempre uma esperança que depois haverá um lugar para nós junto ao Criador.  Todos temos conhecimento, que a nossa espécie, tanto como as outras não tem uma permanência fixa neste planeta. E resta-nos a ter esperança que o nosso fim nesse mundo, pode ser o nosso começo noutro bem melhor. E que as pessoas que perdemos ou que podemos vir a perder um dia, as vamos reencontrar um dia . Ou seja, nunca é um adeus, mas sim um até já. 
Agora de volta à sala de operações, tinham-me salvado e recuperado. Agora restava-me a descansar e a cumprir a minha missão. No meu quarto, fui de momento visitada pela minha família, todos me deram um beijinho na cara à excepção do meu marido que optou por me beijar a testa. Naquele momento já estava tranquila e certa de que tudo se encontrava bem, e agora podia descansar. E num abrir e fechar de olhos adormeci profundamente.
Até que voltei a acordar, tinha quinze anos e tudo não tinha passado de um grande sonho, um enorme sonho. Mas que me levou a escrever um texto, que cumpre a missão que me tinha sido dada.

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